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Na última quarta-feira (17), foi anunciada a assinatura e divulgação do REDATA, regime especial voltado para data centers no Brasil, por meio da Medida Provisória nº 1.318/2025. A medida traz mudanças significativas para o setor, com impacto direto em competitividade, sustentabilidade e atração de investimentos.
Suspensão de tributos federais por 5 anos, aplicada a equipamentos – que representam entre 50% e 60% do custo total de implantação de um novo data center.
Critérios de sustentabilidade, incluindo eficiência no uso da água e exigência de utilização exclusiva de fontes de energia limpa e/ou renovável.
Coabilitação de fornecedores críticos, permitindo que parte da cadeia também seja beneficiada.
Destinação de 10% da capacidade ao mercado local, reforçando o impacto doméstico da medida.
Investimento em pesquisa e inovação, equivalente a 2% do valor dos equipamentos.
Incentivo para implantação em regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, promovendo maior descentralização da infraestrutura digital.
Apesar dos avanços, alguns pontos seguem indefinidos:
O regulamento com critérios e processos de habilitação ainda não tem prazo para publicação, nem clareza sobre o tempo de análise necessário.
Não há definição sobre o processo de validação de similaridade de equipamentos nacionais, nem sobre a escalabilidade dessa análise e o grau de competitividade real dos produtos locais em relação a custo e qualidade.
O REDATA representa um marco importante para o setor de data centers no Brasil, com potencial de aumentar a atratividade do país frente a outros mercados globais. Alguns pontos se destacam:
A medida endereça gargalos estruturais, especialmente relacionados ao custo elevado de equipamentos, e deve ganhar ainda mais relevância com o amadurecimento do mercado de capitais, ampliando o funding disponível via crédito estruturado.
O Brasil, que já é o maior player regional em capacidade instalada (665 MW), fortalece sua liderança e passa a contar com políticas alinhadas às melhores práticas internacionais.
A alta conectividade e baixa latência favorecem a integração com EUA, Europa e países do Cone Sul – fatores críticos para a expansão de operações.
A matriz energética limpa e renovável predominante reforça a posição do país como polo atrativo, com margem para expansão da geração e integração ao grid.
O regulamento em definição será determinante para viabilizar a habilitação das empresas e acelerar os investimentos, estimados pelo governo em até R$ 2 trilhões.
O REDATA é, portanto, um passo estratégico para consolidar o Brasil como hub digital global, combinando incentivos fiscais, compromisso sustentável e oportunidades de financiamento para um setor em plena expansão.